O Dia Internacional do Idoso, em 1º de outubro, traz uma reflexão sobre a necessidade de segurança e bem estar redobrados nos espaços de passagem e convivência dessa camada da população.
Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira – que segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) indica uma média de 75,8 anos para homens e mulheres –, é importante cuidar de pontos relacionados à saúde e bem-estar, pensando e planejando uma casa adequada para a terceira idade. Um projeto de arquitetura e decoração para idosos deve seguir orientações específicas para que a segurança e beleza possam estar presentes em todos os ambientes.
Os arquitetos Carmem Avila, Cris Paola, Erika Mello e Renato Andrade, pontuam as providências que podem fazer toda diferença na vida do morador:
1. Iluminação
Problemas de visão são comuns nesta fase da vida. Dessa forma, uma casa banhada de luz natural facilita a vida do morador. “Portas e janelas devem ser grandiosas para oferecer o máximo de luz dentro da residência. Para complementar, na pintura das paredes, recomendo optar a cor branca ou mesmo seguir uma paleta de tons claros”, conta Carmem.
Outra recomendação bastante válida está relacionada à instalação de pontos de luz nos corredores e locais de circulação intensa. Além do teto, a iluminação indireta, na altura do rodapé, ajuda o morador na locomoção noturna, quando acorda para beber uma água na cozinha, por exemplo. Esse cuidado evita quedas e batidas inesperadas, como o corredor que destaca a iluminação no piso por meio de balizadores de LED, orientando o caminho. “A potência das lâmpadas rebate no teto branco e ilumina harmoniosamente”, afirma Renato Andrade.
2. Desníveis e escadas
Evitar desníveis – mesmo que em pequenas escalas –, é outra indicação importante. Caso não seja possível, a sinalização se faz essencial. Para o projeto de escadas, recomenda-se sua execução em piso antiderrapante e sempre acompanhadas por um corrimão firme instalado à altura de 90 cm.
3. Portas
O ideal é que elas disponham de largura suficiente para a passagem do idoso com auxílio de andador, por exemplo. A recomendação é considerar um espaço de 90 cm e, caso não seja possível, que não seja inferior a 80 cm.
4. Tapetes e pisos
O uso de tapete costuma ser fator de quedas e acidentes em residências de moradores da terceira idade. “Mas isso não quer dizer deva ser desconsiderado”, afirma Cris Paola. Em uma sala, o tapete deve estar embaixo do sofá com as pontas fixadas com fitas antiderrapantes.
Com relação ao piso, a orientação é escolher por modelos antiderrapantes. O mercado oferece diversas opções de porcelanato, cerâmica e até mesmo versões emborrachadas.
5. Móveis
A despeito de móveis, quinas de peças baixas, que ficam fora da visão devem ser evitados, assim como objetos de decoração. Prateleiras e armários devem seguir a altura dos idosos, para que não precisem se esticar ou subir em escadas quando forem pegar objetos e, no sofá, almofadas colaboram para o ajuste da postura e o auxílio na hora de levantar.
6. Banheiro
O banheiro deve ser adaptado cuidadosamente. Instalação de barras de apoio, piso antiderrapante no box e assento para banho são precauções básicas a serem tomadas. “Considere instalar as barras de segurança também no lavatório e bacia sanitária, que deve ser um modelo mais alto que o padrão”, completa Carmem.
A funcionalidade deve ser marca registrada em todos os projetos e para todas as idades. Saber as necessidades e entender a rotina dos moradores é essencial para que um projeto bem planejado garanta a autonomia de quem vai utilizá-lo.