O arquiteto pernambucano Carlo Augusto Lira que também é conhecido pela sua paixão por colecionar arte erudita e popular irá lançar o seu livro “A lírica de Carlos Augusto Lira”, editado pela Cepe, no segundo semestre no Instituto 2 Lira, em Apipucos.
Carlos Augusto Lira possui cerca de 4.620 peças, entre utilitários e brinquedos, que foram acumulados durante 45 anos. É sobre essa coleção que a doutora em antropologia, curadora e redatora Ciema Silva de Mello escreve, no livro de arte “A lírica de Carlos Augusto Lira”.
O que você encontrará neste post:
Como nasceu a vontade de fazer o livro?
“Eu sempre quis fazer o livro para a minha Coleção. Mas, como eu não saberia fazer escrevendo, eu fiz falando, e o pessoal transcreveu o que eu falei”, revela o arquiteto.
“Quis fazer um pouco por vaidade, mas quis fazer, principalmente, para dividir com os outros o que eu acumulei. No futuro, eu pretendo fazer um museu, mas, por enquanto, o jeito de mostrar é o livro porque eu não disponho de espaço para receber o público”.
Sobre o acervo de Carlos Augusto Lira
A antropóloga Ciema define o acervo como “uma bem sucedida sociedade sem classes”. “A Coleção é um prolongamento da índole, das convicções, das preferências e até das aversões de Carlos Augusto. Absorve a gravura de Portinari com a mesma naturalidade com a qual incorpora o milésimo ex-voto, pois assinaturas ilustres não ofuscam os anônimos.” analisa.
Dos santos aos ouros e pratas, das bilhas (vaso de barro) às colheres de pau, as esculturas eróticas e saias de czarinas a anéis de coronéis, os ferros de engomar e os candeeiros de lata aos têxteis da África Central, são apenas alguns itens que fazem parte da coleção.
O início da sua coleção de arte
“Sou colecionador, não sou crítico. Se eu disser a você que eu colecionei com método, é mentira. A Coleção foi acontecendo” , relata Carlos Augusto Lira.
A peça número 1 da coleção
Foi uma gravura do artista gaúcho Carlos Scliar (1920-2001) a primeira peça da coleção de Carlos Augusto Lira. “Comprei em seis prestações pontualmente pagas a(o galerista Carlos) Ranulpho”. Esse olhar diferenciado, ele aprendeu também com os também arquitetos Janete Costa (1932-2008) e Acácio Gil Borsoi (1924-2009), com quem trabalhou no início da sua carreira.
Sobre o ato de colecionar
Arrematou peças de Mestre Nuca (1937-2014), de Nazaré da Mata, antes de seus leões cacheados ganharem fama . O mesmo aconteceu com o caruaruense Mestre Vitalino (1909-1963).
“Claro, eu sou um sujeito vaidoso e tenho certa satisfação – que só é entendida por outros colecionadores – de ter conseguido determinadas peças, de ter descoberto raridades, de ter comprado artista quando eles ainda estavam no começo, mas no fundo, no fundo, o maior prazer é admirar, você entende? Olhar e admirar”, conta o arquiteto.
Dicas de Carlos Augusto Lira para quem deseja virar um colecionador
Carlos Augusto Lira ensina algumas dicas para quem deseja se tornar um colecionista. “Beleza não é exclusividade de Paris ou New York. Em todo lugar que você for, pode acreditar, você vai encontrar coisas boas. É só procurar”, aponta o arquiteto e colecionador Carlos Augusto Lira que emenda falando sobre como funciona o ato de colecionar para ele, “Eu coleciono todo dia, ou conservando o que eu tenho, ou comprando, ou economizando para poder continuar a comprar” .
Serviço do livro de Carlos Augusto Lira
Lançamento do livro A lírica de Carlos Augusto Lira (Cepe Editora)
No dia 15 de abril
Galeria do Centro de Artesanato de Pernambuco (Avenida Alfredo Lisboa , s/n)
Horário: 15 às 17h
Preço do livro : R$ 250