Um dos primeiros prédios construídos na avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, o edifício Califórnia é considerado um dos ícones da arquitetura moderna pernambucana. Projetado em 1953 pelo arquiteto Acácio Gil Borsoi, o empreendimento, que por anos esteve em um estado de má conservação, passa por um processo de revitalização que promete mais que melhores condições estruturais: a proposta pretende movimentar a área com a ofertas de atividades artísticas e gastronômicas.
As mobilizações para tornar o lugar um polo cultural já começaram em fevereiro deste ano com a ida do Café Borsoi, cafeteria dos empresários Paloma Amorim e George Jepp, o escritório de arquitetura de Diogo Viana, o estúdio de gravação encabeçado pelo músico Emerson Andrade, e a galeria Amparo 60, da marchand Lúcia Santos. Além deles, nomes do cenário das artes como o artista Bruno Faria apostaram no empreendimento através da decisão de morar no local.
Toda essa ebulição partiu da memória histórica e da importância arquitetônica do Califórnia que vinha sendo deixada de lado pela maioria dos recifenses. “Estava projetando o Café Borsoi quando soube que uma das lojas do térreo estava para alugar e que o espaço do primeiro andar estava vazio. Analisei outras atividades que pudessem se unir a mim na ocupação numa proposta de fomentar a arte na Zona Sul do Recife”, conta o arquiteto Diogo Viana.
Para a galerista Lúcia Santos, estar no Califórnia, um lugar acessível ao público e que tem um clima de praia, torna a galeria um lugar mais convidativo tanto para os moradores quanto para os turistas que estiverem no bairro. Além das operações já disponíveis no empreendimento, a iniciativa prevê ainda ações que irão dialogar com o público como shows intimistas, festivais de música, pequenas feiras e a possibilidade de um cinema de arte.
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