Uma novidade começa a surgir em alguns estabelecimentos comerciais e está agradando a um público cada vez mais crescente: são os espaços Pet em restaurantes, supermercados, escritórios e shopping centers. A tendência tem exigido dos profissionais de arquitetura pesquisa e soluções práticas e inovadoras, que agradem tanto aos empreendedores quanto aos clientes com seus bichos de estimação.
Na Guel Arquitetos, de Brasília, a demanda por projetos com esta característica vem aumentando. “A possibilidade de levar pets para os lugares permite que a experiência seja mais agradável, aumentando a permanência do cliente, trazendo maior conforto aos consumidores”, diz Elisa Fraga, arquiteta e sócia do escritório.
Mas como inovar sem desrespeitar quem não gosta de bicho? Elisa sugere: “Sempre que projetamos um espaço Pet, tentamos inserir esse espaço em alguma extremidade do estabelecimento ou em áreas externas. Normalmente, usamos também um colchonete, uma grama sintética, onde você delimita a área. Assim, o animalzinho fica mais confortável, quentinho nos dias frios e não pega a sujeira do chão”. E acrescenta: “Os mosquetões (argolas para prender as guias) na parede ou no chão, próximo às mesas, também são uma ótima pedida para manter o pet perto dos donos, não atrapalhando os clientes que não levam animais, e deixando os tutores dos bichinhos mais tranquilos por saberem que seus pets estão seguros”.
Pet Boutique
No Recife, o arquiteto Josemar Costa Júnior, do Studio Costa Azevedo, projetou a MyFair Pet Boutique. A ideia da loja é ampliar a experiência de compra, pensando em cada produto e como ele seria exposto.
Josemar buscou sair do convencional, do monocromático, apostando na composição do branco e um tom amarelo gema, aquecido suavemente pelo porcelanato madeirado no piso. “A ideia foi causar uma maior permanência dos consumidores. Os produtos eram dispostos dentro da concepção de comportamento de uso e não por segmento, como é explorado normalmente”, reforça.
Outro ponto que ele destaca é o visual merchandising. “Ele causa impacto através de como expomos cada produto. A combinação de cores é fundamental para harmonizar e atrair os olhares” pontua.
O mobiliário tem uma proposta bem versátil, possibilitando que os produtos mudem de lugar periodicamente, criando sempre uma nova atmosfera à loja. A iluminação pontuada cria cenas e agrega valor aos produtos, proporcionando conforto através de uma luz mais amarelada. A área de serviço preza pela higiene e cuidados especiais aos bichinhos, além de ser totalmente monitorada através de câmeras, permitindo que seus tutores acompanhem todo serviço online.
“A arquitetura está para alinhar as necessidades de um novo comportamento social. A cada 10 famílias cinco têm um Pet. É um número bastante considerável e eles têm sido tratado de fato como um membro da família. Os consumidores em geral buscam mais que produtos, buscam experiência de compra. Isso também ocorre no mundo Pet. O mercado Pet só faz crescer, entrando inclusive no mercado de luxo. Um projeto bem pensado irá traduzir esse novo cenário, alinhando as necessidades, comportamento de consumo e, acima de tudo, vai envolver o consumidor”, garante o arquiteto.