Depois de dois anos sem carnaval por causa da pandemia do Covid-19, os festejos voltam a acontecer em muitas cidades brasileiras. A La Ursa, personagem recorrente no carnaval de Pernambuco sempre invade as ruas de muitas cidades, mas este ano passou a estar presente também nas peças de artesanato e arte popular.
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La Ursa no artesanato e na arte popular
“Crianças e adultos saem pelas ruas brincando, dançando, cantando marchinhas, pedindo dinheiro e fazendo bastante barulho por onde passam”, afirma Lucas Lassen, curador e diretor criativo da Paiol, loja de artesanato e arte popular brasileira que também comercializa produtos que tem a temática das La Ursas e diversas outras peças da arte popular. Lassen acrescenta ainda “Uma coisa interessante da Arte Popular é a liberdade que ela dá aos artistas para trazerem suas interpretações completamente distintas sobre um mesmo tema. A La Ursa faz parte do imaginário pernambucano e está nas ruas, nas fantasias e também na cerâmica”.
Nas feiras do Mercado Capitão e na Feira da Laje que ocorrem no Recife, também é possível encontrar muitas peças de La Ursa.
Como surgiu a tradição?
A tradição foi trazida por imigrantes italianos entre o final do século XIX e a década de 1920, e fazia referência a espetáculos de circo que acontecia bastante na Itália.
A fantasia principal consiste em um macacão feito de veludo, estopas, pelúcia ou retalhos de tecidos costurados e uma máscara na cabeça, geralmente feita de papel machê e pintada à mão.
Os mestres que produzem a La Ursa
- Lula Vassoureiro é um dos mais antigos artesãos que carregam a tradição das máscaras de papel machê. Fez a primeira máscara em 1950, aos seis anos de idade, para uso próprio. Desde 2014 ele é considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco e já produziu mais de dez milhões de máscaras.
- Mestre Antônio Rodrigues é ceramista por influência do pai, o Mestre Zé Caboclo, e de amigos como o Mestre Vitalino. “As figuras do Mestre Antônio têm pouco mais de 30cm e representam um homem vestindo a fantasia de urso. São encontradas em diversas cores, sendo uma representação quase fiel do que é visto nos carnavais de rua do estado”, diz Lucas.
- Aline Feitosa, passou a trabalhar com a cerâmica por hobby em 2020. “Comecei a fazer cachepôs e foi impressionante a forma como a notícia se espalhou. Abri minha marca, os pedidos começaram a chegar e, hoje, chego a fazer cerca de 300 peças mensais, entre a La Ursa e outras também ligadas à estética de Olinda”, contou Aline.
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