O artista plástico e designer Rubens Szpilman criou uma nova concepção arquitetônica e artística para o uso do Cobogó, com o lançamento do BLODEC, um sistema patenteado de blocos modulares em resina de poliéster, produzidos artesanalmente. A inovação, em nível mundial, é uma das premiadas (categoria Construção) do 33º Prêmio de design Museu da Casa Brasileira. Os BLODECs estarão, junto com outros premiados, em uma exposição na sede do museu, em São Paulo/SP, que vai até o dia 08 de março de 2020.
O BLODEC conta com cinco modelos de Cobogós e quatro modelos de nichos, em 13 opções de cores translúcidas. A face externa das peças é polida, com acabamento em alto brilho, semelhante ao cristal. A parte vazada é fosca. Com a incidência da luz (natural ou artificial), o contraste das partes foscas e brilhantes cria efeitos visuais surpreendentes. “Conforme a intensidade da luminosidade e o ângulo de observação, criam-se espetáculos de luzes e sombras, que se projetam nos pisos e paredes e se renovam ao longo do dia, agregando enorme valor ao décor dos ambientes, com infinitas possibilidades”, enfatiza Rubens Szpilman. Os diferentes modelos e cores podem ser combinados entre si, proporcionando arranjos únicos. É possível ainda a encomenda de cores exclusivas e o desenvolvimento de projetos especiais.
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A parte técnica do novo Cobogó
As peças são unidas com silicone comum, transparente, em sistema de junta seca, tornando a estrutura impermeável. Elas são coladas em suas quatro faces, cumprindo também a função de vedar a infiltração de água e a entrada de pó entre as peças. Dessa forma, inibe-se o desenvolvimento de fungos, mofo ou a incrustação de sujeira, como pode ocorrer nos outros materiais de Cobogós e suas juntas.
A resina colada com silicone tem uma grande resistência estrutural. Dessa forma, dispensa o reforço com vigas ou colunas de ferro. A instalação do Cobogó é limpa e rápida, sem a necessidade de massa, rejunte e sem desperdício de material ou geração de resíduos. Um filme plástico protetor acompanha o produto, para protegê-lo durante o assentamento. O BLODEC pode ser utilizado tanto em áreas internas como externas, em ambientes secos ou úmidos como o banheiro. Numa eventual mudança de casa ou apartamento, as peças podem ser facilmente removidas e reinstaladas em outro local.
Nichos
Também a opção de nichos modulares, com maior profundidade que os blocos e que fazem às vezes de prateleiras e estantes, em diversos ambientes. “Essa é uma boa opção para os boxes de banheiro, por exemplo”, explica Szpilman. “A solução agrega diferenciais estéticos e utilitários, com a criação de espaços para acomodar os vários acessórios de banho e higiene pessoal, dentro e fora do box. Outro benefício é a segurança, já que a resina não se quebra como o vidro temperado”, concluí.
O Cobogó é um ícone da arquitetura brasileira
Sua origem remonta ao início do Século XX, em Pernambuco, onde ganhou escala urbana e industrial. Até então era produzido nas próprias obras, de forma improvisada, como uma solução para o preenchimento de paredes e muros, com elementos vazados para ventilação. Em 1929, os engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra (Portugal), Ernesto August Boeckmann (Alemanha) e Antônio de Góis (Brasil) tiveram a ideia de lançar o material em escala industrial e patentearam o produto. A junção das iniciais de seus sobrenomes deu origem ao nome o nome Co–Bo–Gó.
“O Cobogó é inspirado no muxarabi árabe, uma tela de madeira vazada que escondia as mulheres dentro das casas e ainda possibilitava a ventilação dos ambientes. Por aqui a novidade foi o surgimento desse elemento numa escala urbana”, explica o arquiteto Roberto Montezuma.