Após dez anos sem realizar uma mostra individual na capital Pernambucana, José Patrício apresenta a exposição Precisão e Acaso no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe). São 36 obras produzidas pelo artista nos últimos sete anos. A maioria inéditas para o público e outras que marcaram o início de sua carreira. “Tem sido uma alegria imensa voltar a expor para o público daqui. É uma atualização do meu trabalho para o recifense, uma grande oportunidade de reencontrar pessoas”, celebra o artista.
José Patrício nasceu em Recife, no ano de 1960, e tem como principal característica nas suas criações, a utilização de objetos simples, de baixo valor. Eles são garimpados nos mais diferentes lugares e, no fim, tornam-se a maior representatividade sobre a riqueza da cultura brasileira e seu dia a dia. “Trata-se da apropriação de elementos modulares encontrados na vida cotidiana. Interessam-me na medida em que contribuem para compor as obras a partir da sua acumulação, deslocamento das suas funções originais e inserção no contexto da arte”, comenta Patrício.
Para o curador Felipe Scovino, a produção desenvolvida pelo artista é categorizada como uma forma de pintura. Contudo, sem a utilização de tinta, mas com as mãos e a experiência performática que envolve uma sensibilidade muito própria. O artista é famoso por obras que utilizam o dominó como elemento chave. Para essa exposição reuniu materiais diversos, como botões, peças de quebra cabeças de plástico, dados, pregos, tachas, alfinetes, fios de eletricidade e de telefonia. “A curadoria quer que o público conheça e reflita sobre as fases mais recentes da produção do artista; o seu interesse por novos materiais; as pesquisas cromáticas e cinéticas que vem investigando. Também as características centrais do seu trabalho que passam pela ampliação do termo construtivo, o caráter lúdico e participativo e a ideia de coleção ou arquivo de materiais cada vez mais difíceis de serem encontrado”, explica.
Precisão e Acaso, apesar de os termos soarem extremamente avessos, surgiu a partir do processo de criação utilizado por Patrício. Ele sempre parte de uma regra, criando uma metodologia de trabalho, que, apesar da precisão, tem como resultado final o desconhecido, o acaso. Felipe explica que a composição das obras causam distúrbios, através do acúmulo, da ordem e do excesso. “Somos ‘sequestrados’ pela obra. Ao querer desvendar a sua organização lógica, somos duplamente surpreendidos: por uma vibração óptica das intermitentes figuras virtuais e pela larga quantidade de pequenos objetos acumulados que deixam o nosso olhar à deriva”, relata. Mas nem só do acaso sustenta-se José Patrício, o artista faz uso de modos próprios de construção e observação, possuindo um pensamento racional e precisão. “Eu espero que as pessoas que estão visitando a exposição saiam sensibilizadas pelo trabalho. Espero estar gerando uma sensação de surpresa, depois de tanto tempo sem apresentar nada aqui”, finaliza.
O que você encontrará neste post:
O Catálogo de Precisão e Acaso
A partir dessa sexta-feira (22/09/2017), às 17h, o público terá acesso ao catálogo, que marca a despedida e o sucesso da exposição Precisão e Acaso, incluindo um bate-papo com o artista e com o curador da mostra Felipe Scovino. O encontro conta com 300 exemplares do catálogo distribuídos gratuitamente no local.
VISITAÇÃO:
- Visitação da exposição até 24 de setembro de 2017. PRORROGADA ATÉ 8 DE OUTUBRO DE 2017!
- De terça a sexta, das 9h às 17h.
- Sábados e domingos, das 14h às 17h
- Museu do Estado de Pernambuco – Av. Rui Barbosa, 960 – Graças, Recife – PE, 52050-000 | (81) 3184-3174
CATÁLOGO
- Lançamento do catálogo Precisão e Acaso – José Patrício e bate papo do artista com o curador Felipe Scovino
- 22 de setembro de 2017 – das 17h às 19h.