A Praça Apipucos foi o lugar escolhido pelo arquiteto Carlos Augusto Lira para morar, há 50 anos. Lá, na construção do final do século XIX, de 327 m² – antiga residência dos colonos do Engenho Apipucos – nasceram os seus filhos, abrigam-se objetos de arte e as melhores lembranças do arquiteto.
Nos anos 1970, o arquiteto trabalhou com Janete Costa, personagem importantíssima da sua trajetória profissional que o incentivou a fazer bonito com sua arte dita popular nas residências brasileiras.
Como o prédio é estreito, com 6,20m por 35 m, Carlos ampliou o projeto original verticalmente. “É uma casa bem portuguesa, podemos observar pela altura do pé-direito. Por isso, pude fazer as mudanças, oferecendo uma área mais confortável, principalmente por conta dos meus filhos”, explica.
A casa conta com o primeiro piso, onde ficam as duas salas e a cozinha, um piso um pouco abaixo, com o jardim, e dois pisos superiores. “São quatro níveis. Gosto muito do jardim, das pessoas que vêm aqui também, por conta dessa sombra enorme que temos aqui, do rio lá atrás e dessa ventilação maravilhosa”, conta.
No primeiro piso superior ficam o quarto de Carlos e um mezanino (usado anteriormente como quarto de estudos dos filhos). No segundo piso, há uma sala e uma varanda, ideal para reunir amigos.
Colecionador de objetos de arte brasileira, ele calcula ter chegado a pelo menos 7 mil itens, com peças inaugurais de muitos artistas renomados. Artes essas que vão desde o primeiro trabalho do amigo João Câmara (comprado em prestações, como costuma contar), passando por Brennand, Bajado, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Zé Cláudio e Chico da Silva.
Além disso, ele ainda possui coleções de vidro, santos do pau oco, santos de roca e peças diversas trazidas das viagens.
“Gosto dessa mistura. É importante valorizarmos a arte brasileira, a arte popular e fazer a casa transmitir a alma da pessoa”, diz.