Muitas vezes, a escolha por um imóvel mais compacto acaba vencendo por conta da praticidade e simplicidade que o acompanham, facilitando, assim, o dia a dia dos moradores. Para que o bem-estar predomine, e a rotina se torne algo leve e agradável, soluções e técnicas para espaços pequenos tem ganhado cada vez mais força, otimizando e adaptando ambientes para que o conforto e aconchego prevaleçam sem abrir mão de um décor elegante. O arquiteto Gabriel Garbin, entusiasta e especialista do traço minimalista, onde o menos é mais, reuniu dicas e inspirações para quem deseja transformar suas pequenos espaços.
Para que este apartamento de 60m² esbanjasse estilo e funcionalidade, a cozinha foi integrada à sala e desenhada como elemento de living para que convivesse em harmonia no contexto social. Nesse ambiente a geladeira foi embutida na marcenaria para que convivesse naturalmente à situação proposta.
Seguindo a linha minimalista, essência do trabalho do arquiteto, foi possível utilizar a circulação íntima de forma racional neste projeto. Foi embutido, em um único armário, máquina de lavar/secar, bar e mini despensa. Com placas de madeira pinus, conhecida pelo seu fácil reflorestamento, a marcenaria otimiza e embeleza o espaço do corredor.
Nesta suíte de 11m², toda a marcenaria foi desenhada para agregar o máximo de espaço possível. Desse modo, toda a cabeceira da cama de casal foi composta por armários para suprir a carência. Dosando o frio e o calor, o arquiteto procurou usar materiais leves, como tons de cinza, branco e o pinus tratado, que não pesam e não causam sensação de encolhimento.
Buscando aproveitar cada centímetro da melhor maneira possível, os arquitetos Renato Andrade e Erika Mello, do escritório Andrade & Mello Arquitetura, compartilham suas experiências para mostrar que é possível morar em ambientes enxutos sem abrir mão da personalidade nem sofrer com cômodos apertados e desconfortáveis.
O que você encontrará neste post:
1. Integração
Uma ótima solução para ganhar medidas extras no projeto é remover paredes e unir ambientes. “Mas não podemos nos esquecer da estrutura do imóvel, que não pode ser colocada em risco”, alerta Erika Mello. Ao invés de ter cômodos isolados, o morador terá amplitude em sua moradia, como cozinhas integradas ao estar, que permitem um ambiente mais receptivo e aconchegante. “As transparências são bem-vindas, pois mantêm a percepção do todo”, complementa Erika.
2. Marcenaria
Quando se trata de imóveis compactos, o que fica cada vez mais claro é que planejar os espaços nunca foi tão importante. Cada centímetro ganha status de área útil. A marcenaria é uma aliada fundamental para não desperdiçar nenhum milímetro, sem contar ajuda na organização da casa. “Todo o mobiliário deve ter uma função específica, estou falando de encaixes perfeitos e usos pré-definidos já no desenho do projeto”, afirma Renato Andrade. Remover o máximo de paredes e substituí-las por armários é uma forma de ganhar centímetros. “Com painéis deslizantes, móveis multiuso e peças embutidas, a marcenaria se torna uma aliada em lugares enxutos”, completa.
3. Otimização vertical
Aproveitar as paredes até o teto é uma forma de conquistar ainda mais área. Estantes e armários posicionados estrategicamente são ótimos para abrigar cobertores, livros e outros objetos que não são usados com frequência. Outra recomendação é apostar em teto e paredes pintados na mesma cor, pois isso parecerá suprimir limites e trará a ideia de unidade. “Piso único, teto nivelado e iluminação linear também forjam a sensação de continuidade”, afirma Erika.
4. Espelhos
Um truque recorrente, que funciona muito bem, é o uso de espelhos. Aplicá-los em lugares específicos, como, por exemplo, dentro dos móveis ou sobre as prateleiras vai contribuir para que os ambientes pareçam maiores e mais iluminados. Também vale pensar que a organização racional de circulação resultará em áreas otimizadas. Um exemplo é posicionar estrategicamente as portas, uma em frente à outra.
5. Móveis multifuncionais
Os chamados ‘móveis dois em um’ valorizam o imóvel e podem ser usados de formas múltiplas: um sofá que vira cama, mesa que dá para ser estendida, entre outras opções. “É importante que os móveis e os acessórios sejam proporcionais ao tamanho do ambiente”, ressalta Erika. Ao mesmo tempo, cuidado para evitar a duplicidade de funções, como mesas de refeição em mais de um ambiente.